quinta-feira, 18 de junho de 2015

Mendoza

por Fer Peixoto 

Há algumas semanas fui para Mendoza com meu marido e mais um casal de amigos. Postei algumas fotos no instagram e facebook e vocês puderam acompanhar um pouco das maravilhas de lá. A viagem foi muito divertida e bem diferente das que estou acostumada a fazer com os meus filhos. Passávamos o dia conhecendo vinícolas, provando os melhores vinhos, comendo pratos deliciosos, típicos da culinária argentina, conhecendo um pouco mais sobre a arte de fazer cada vinho e isso tudo em lindas paisagens.

Mendoza é a quarta maior cidade da Argentina e possui algo em torno de 1.220 bodegas (vinícolas), é realmente muita coisa; nós fomos somente em 5! É a quinta maior produtora de vinhos do mundo e a sua localização, características climáticas e de solo, o método de irrigação das parreiras com a água do degelo, produzem um vinho único, de excelente qualidade.

Fomos para Mendoza de Aerolineas Argentinas. Daqui de Curitiba até Buenos Aires são aproximadamente, duas horas e meia de vôo e de Buenos Aires até Mendoza mais uma hora e quarenta minutos, uma viagem bem tranquila. Contratamos um guia, o Leonardo Harth da Traslados Mendoza e super indico o serviço. Super atenciosos, pontuais, preço bom; nos pegaram no aeroporto e nos levaram a todos os passeios da melhor maneira possível! Nos hospedamos no Hotel Diplomatic, localizado no centro da cidade, mas existem hotéis próximos às vinícolas também.

Começamos a nossa viagem indo à Bodega Achaval-Ferrer. Lindo lugar, atendentes super atenciosos, se esforçam para falar bem o português, pois a maioria dos turistas é brasileira. Confesso que não sou nenhuma especialista em vinho, a minha análise da bebida se resumia em "gostei" e "não gostei" e gostei muuuuito dos vinhos daqui, especialmente um bem doce, de sobremesa.








A  segunda Bodega  desse dia  foi a Chandon. Tinha curiosidade  de conhecer mesmo a maioria   das pessoas falando que a Bodega nem era isso tudo, era mais nome, marketing. Não  me arrependi de ter escolhido visitá-la. O lugar é lindo,  o tour que fizemos pela vinícola foi  super interessante e ao final, pudemos provar diversos tipos de espumantes fabricados lá, que são diferentes dos daqui do Brasil. A vinícola  Chandon  Argentina exporta para  toda a América do Sul, menos para cá, pois aqui no Brasil temos uma fábrica também.






No horário do almoço, fomos até a Bodega Belasco de Baquedano. Além das parreiras, lindas plantações de lavanda impressionam já logo na chegada. Escolhemos o menu degustação e nele pudemos provar 5 tipos deliciosos de vinhos, harmonizados com 5 pratos diferentes.





Pode parecer pouca comida, mas não foi. Aliás, saímos mais do que satisfeitos desse almoço.






À noite, fomos jantar no Azafrán, um dos restaurantes mais conhecidos de Mendoza, por isso a procura é grande e é necessário reservar antes. O ambiente é aconchegante, tem uma adega incrível e a comida é simplesmente divina. Pedimos três pratos diferentes e os três estavam muito bons, sem falar na sobremesa; uma deliciosa marquise de chocolate com sorvete de lavanda, vale a pena experimentar!


Empanda.

Filet com crosta de queijo azul.

O Chateaubriand.

Ceviche.

O sorvete de lavanda!

No nosso segundo dia de viagem, escolhemos ir até o Parque Provincial do Aconcágua. Localizado há aproximadamente 180 km de Mendoza, é um programa para o dia todo, pois durante a viagem vamos parando em pontos da estrada, vilarejos e mirantes para observar a paisagem e tirar fotos. A estrada que leva até o Aconcágua é linda, demos muita sorte, pois no dia que fomos tinha acontecido a primeira nevasca, então o contraste da neve com as cores das montanhas realmente foi de encher os olhos.




Estação de Esqui Penitentes.

Como eu não nunca tinha visto neve, é claro que adorei o fato de ter nevado na noite anterior!!!

Quase chegando ao parque, paramos na Puente del Inca, uma ponte natural sobre o rio Caves. No século passado, havia um grande hotel de águas termais, mas uma avalanche destruiu todo o local; sobraram apenas a capela e as termas. Hoje as ruínas fazem parte da paisagem, que é área de proteção natural da Província de Mendoza. Aqui existem barracas de artesanato que vendem objetos produzidos com a mesma formação rochosa da ponte. É possível comprar ainda roupas, mantas, xales, luvas, gorros, ponchos...tudo feito com lã de lhama. 



Ao fundo, a Igreja que permaneceu intacta mesmo após a grande avalanche, e os destroços do hotel (à direita da foto) que já não teve a mesma sorte.  

Finalmente chegamos ao Parque Provincial Aconcágua. Com 6.960 metros de altitude, o Aconcágua é o ponto mais alto da América e de todo o Hemisférios Sul e o mais alto fora da Ásia. A paisagem é linda e apesar do frio, realmente a viagem não teria sido tão boa se não tivéssemos feito esse passeio. Caminhamos aproximadamente uns 100 metros da entrada do parque até o primeiro mirante e é impressionante a diferença de temperatura da entrada até o mirante propriamente dito. -5ºC e muito vento. Fazer a trilha completa, só mesmo com roupas próprias para a neve,  muito preparo físico e com a ajuda de um guia; fica para a próxima, quem sabe?!

A entrada do Parque. 





O Aconcágua é aquele monte lá ao fundo, à esquerda.


Selfie na montanha!

O caminho que percorremos até o mirante.

Logo após o passeio, já voltando para Mendoza, paramos para almoçar na Parrillada El Rancho. Sou um pouco chata para carne, mas aqui comi uma das melhores da viagem. O restaurante é simples, confesso que se o guia não nos falasse dele, talvez nem entrássemos, mas a comida é realmente muito boa, parrillada típica argentina, e o preço é excelente.

 

Uma pausa nos vinhos para tomar uma Quilmes.


Como nesse dia almoçamos muito e bem tarde, resolvemos desmarcar a reserva que tínhamos no Francesco (foi muito bem indicado), para jantar mais tarde em um restaurante próximo ao nosso hotel, o Maria Antonieta. Comida mais italiana, mas deliciosa também.




Começamos o terceiro dia indo à Bodega SinFin. Uma vinícola familiar, que mistura o passado com a tecnologia, num espaço super bonito. Fomos atendidos por um funcionário que além de trabalhar lá, é músico e adora a MPB, então falava perfeitamente o português e nos deu uma aula incrível sobre vinhos. Realmente adoramos tudo. Tanto que foi somente aqui que compramos as garrafas de vinho para trazer para casa e amigos.







Logo em seguida fomos conhecer a Bodega Trapiche. A vinícola é a maior da Argentina e o grupo é quarto maior produtor de vinhos do mundo.  Aqui no Brasil, é possível encontrar vinhos dessa marca até em alguns supermercados, mas os que provamos lá são bem diferentes. De extrema qualidade e com uvas selecionadas, eles oferecem o que há de melhor para os visitantes. E o lugar é incrível, realmente lindíssimo. Assim como a maioria das vinícolas, tem um espaço para eventos, reuniões, casamentos, exposições de arte...nosso guia nos contou que ele já presenciou um pedido de casamento, super romântico né?







 


As oliveiras.


Nesse dia fomos almoçar no restaurante Casa de Campo. Localizado próximo  a Trapiche, é um lugar simples, de comida caseira, mas foi onde comi a melhor refeição da viagem.  Menu estilo degustação; desde o  aperitivo, passando pelas empanadas, carne cozida em panela de  barro como prato principal, até  às  sobremesas, só tenho elogios a  fazer.  Quem for  para Mendoza  deve  reservar um  dia para ir almoçar ou jantar lá, tenho certeza de que não irão se arrepender!

 

 


E para fechar a viagem em grande estilo, fomos jantar no restaurante 1884, do renomado Chef Francis Mallmann. Lindo lugar, o bar é incrível e a comida é espetacular. Pedi um nhoque (que desmanchava na boca), pois não aguentava mais comer carne e as outra pessoas pediram a famosa bisteca gigante. Ela é servida com beterraba, batata doce e abóbora assadas; não cheguei a prová-la mas os que comeram acharam a carne extremamente deliciosa. As sobremesas também são muito boas, destaque para o crepe de doce de leite com laranjas grelhadas e para o sorvete de laranja que acompanha o petit gateau.











Aqui, na parte externa do restaurante, ao lado da churrasqueira onde são assadas todas as carnes. Esse espaço é lindo, mas como estava muito frio, só fomos conhecer e tirar umas fotos.

Com relação ao câmbio, optamos por levar Pesos e Dólares. Nosso guia recebia em Dólar, todas as outras coisas pagávamos com Pesos. Evitamos ao máximo trocar Dólar por Peso para não perder dinheiro, mas quando precisamos, fomos orientados a ir à casa de câmbio Santiago (no centro), onde a troca era de 1 Dólar por 12 Pesos (no paralelo), nas lojas e supermercados a troca era 1x8! E muito cuidado com o troco, pois nos falaram que é super comum repassarem notas falsas aos turistas.

As visitações às bodegas devem ser agendadas com antecedência Quem fez as reservas para nós, foi o nosso guia. É de praxe cobrarem para conhecer a vinícola, degustar os vinhos...um valor que variou de 50 a 100 Pesos, somente a SinFin que não faz essa cobrança. Recomendo reservar os restaurantes também, principalmente os mais famosos, como o Azafràn e o 1884. É possível fazer as reservas nos próprios sites e o responsável logo envia uma confirmação por e-mail.

Em princípio, não íamos comprar vinho para trazer, mas gostamos tanto dos vinhos SinFin que trouxemos umas garrafas. Para evitar que elas quebrassem na mala, compramos umas embalagens próprias, de plástico e com adesivos para fechá-las. Onde encontramos o melhor preço foi na loja Sol y Vino, 35 Pesos cada.

Bem, eu acho que era isso. Muita comilança, vinhos maravilhosos, excelente companhia e como vocês puderam ver, somente lugares lindos, que valem muito a pena ser visitados!



Crédito das fotos: Loriane Brotto do Blog Bem Simples Assim.


Um comentário:

  1. Ola Meninas!, não conhecia o blog de vcs. Amei... as dicas estão super bacanas.. Vou para mendoza semana que vem, contratei Leo tbm. Ele me indicou quase as mesmas vinculas, e eu estava um pouco temerosa. Suas dicas me acalmaram!Uma pena que nesse período esta bem calor, próximo aos 30 graus... mas pelo que andei pesquisando, serão belos dias que me aguardam. obrigada por dividir

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